Os Fundamentos da Vida Cristã – Livro 2
Uma Consciência Limpa
a) Textos-chaves
Romanos 2:15; Hebreus 9:14; 10:22; I Timóteo 1:15-19; Atos 24:16.
b) O que é a consciência e como funciona?
Nossa consciência é um movimento interior, para fazer o que “achamos” ser certo e evitar o que “achamos” ser errado. É uma voz interior que testemunha acusando, se acha que você está equivocado, ou defendendo, se acha que você tem razão (Romanos 2:15). Se você levar a sério esses movimentos, sua consciência será boa e limpa (Timóteo 1:5). Caso contrário, sua consciência terá culpa (Hebreus 10:22). Em outras palavras, sua consciência é como o som de um alarme que Deus usa para mostrar que algo está errado. Todo mundo tem consciência, mas quando se tem que averiguar o que é certo ou errado, diferentes consciências podem levar a opiniões diferentes. Às vezes, o alarme não soa quando deveria ou até mesmo pode haver um alarme falso. Nossa consciência não é razoável. Ela só nos leva a fazer o que “sabe” que é correto. Podemos apaziguá-la, “comprá-la”, ou negá-la, mas isso trará muita tensão em nossa vida. Talvez possamos enterrar essa tensão por um pouco de tempo, mas ela logo virá à superfície, como enfermidade ou amargura. Deus nos deu a consciência para nos ajudar a obedecer-lhe. Na condição ideal, a consciência estaria programada para nos mostrar sempre quando fazemos aquilo que Deus quer ou não. A consciência do homem caído nem sempre reflete a perfeita vontade de Deus. Somos criados em nossa infância de diferentes maneiras e, à medida que crescemos, a nossa consciência é treinada. A programação da consciência pode ou não estar em sintonia com aquilo que Deus quer. O que vai determinar o certo ou errado em nossa consciência é o que a alimentou em sua programação. Nossa consciência é como um computador. Ela trará respostas certas, se lhe dermos informações certas. Deus quer que reprogramemos nossa consciência, para que ela atue como um guia, que mostrará a vontade de Deus em cada decisão que havemos de tomar. Isso limitará nossa desobediência e nos ajudará a fazer o que Deus quer que façamos. Precisamos deixar Deus mudar nossa consciência em permitir que Ele renove nossa mente. Isso demanda tempo.
c) O limite de Deus
Pessoas com fé e consciência débeis necessitam de regras para viver, a fim de que evitam fazer o que é errado. Significa que precisam ter limites que são restrições que ajudam a viver. As suas consciências são treinadas para ajudá-las a permanecerem dentro destes limites. Paulo diz para não ultrapassarmos estes limites, mesmo sob pressão dos outros, porque seria pecado (Romanos 14:23). Aqueles que têm uma consciência forte, baseada na Palavra de Deus, não necessitam de tantas restrições em suas vidas, porque têm uma consciência que estabelece os limites de Deus. Ela é uma ajuda tremenda para caminhar com Deus em obediência, uma vez que nos capacita a viver por fé (Romanos 14:23). Lembre-se: sua consciência é o alarme de Deus. Se estiver soando, você precisa comprovar se é Deus quem está assinalando que alguma coisa não está certa. Esse alarme chega a ser a proteção de Deus construída em sua vida.
d) O que acontece na conversão?
Na condução à conversão, o Espírito Santo usou a consciência para fazer você se sentir culpado. É seu papel convencer o mundo da culpa por causa do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8). Foi sua convicção que nos dirigiu para Cristo. Foi a verdade do Evangelho que, colocada em nossas vidas, nos trouxe uma nova consciência do pecado que não conhecíamos antes. Nossa consciência se torna mais alerta no tocante à vontade de Deus quanto mais permitirmos que a verdade de Deus entre em nossa vida. Isso não significa que não sintamos mais a culpa. Quanto mais aprendermos a andar no caminho de Deus, mais liberdade encontraremos (I Coríntios 8:7-8). Precisamos nos encher do conhecimento da vontade de Deus (Colossenses 1:9).
e) É importante uma consciência limpa?
Nossa salvação é para nos livrar da condenação (Romanos 8:1). Mas, se nossa consciência não está limpa, estaremos sempre debaixo da condenação da culpa. Isso afetará:
1. Nosso relacionamento com Deus
A culpa bloqueia nossa comunhão com Deus e nos faz impuros na presença de Deus Santo. Não conseguimos olhar na face de Deus. Se formos atribulados por nossa consciência, nos sentimos indignos e, provavelmente ela indica a área daquele pecado que precisa ser tratado. Uma vez tratado o pecado, e novamente com uma consciência limpa, podemos ir com ousadia diante de Deus, sabendo que nada nos condena e podemos desfrutar do seu amor.
2. Nossa fé
Uma fé forte e uma consciência culpada não caminham juntas (Romanos 14:23)
3) Nossa vida de oração
Se nossa consciência está assinalando qualquer área de pecado, é Deus querendo que coloquemos as coisas em ordem e voltemos a ter uma consciência limpa.
4. Nosso desejo pela Palavra de Deus
Uma consciência cheia de culpa rouba qualquer apetite espiritual pelas coisas de Deus, incluindo sua palavra.
5. Nosso testemunho
Satanás estará tentando-nos convencer de que somos hipócritas, e não teremos qualquer resposta, se nossa consciência for culpável.
f) Nossa consciência pode ser limpa e livre de culpa. O sangue de Jesus é suficiente para nos purificar de todo pecado, apaziguar nossa consciência e fazê-la nova. Para desfrutarmos da obra purificadora de Cristo, necessitamos de quatro passos:
1. Confissão imediata do pecado
Faça isso a partir do momento em que você teve consciência do pecado (I João 1:19). O pecado deixa nossa consciência nublada, para não virmos a presença de Deus com um coração puro e um espírito confiante. Ao orar como Jesus ensinou: “Perdoa nossas dívidas”, podemos saldar nossa conta com Deus em curto prazo (Mateus 6:12).
2. Confiança na promessa de purificação
Deus é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar (I João 1:9). O sangue de Jesus nos libertará totalmente da culpa. Qualquer “culpa” remanescente é o mal tentando nos acusar. Mas podemos resistir a ele, pois essa acusação não vem d Deus.
3. Obedeça a sua consciência
Precisamos fazer mais do que confessar nossas falhas; devemos parar de falhar (Tiago 1:22). O que necessitamos fazer é obedecer a nossa consciência, quando conhecemos a vontade de Deus.
4. Continue caminhando na luz (I João 1:7)
Isso significa continuar aberto para Deus, sensível ao Espírito Santo, e estar pronto para obedecer imediatamente a Deus, que mostra a sua vontade (Atos 24:16). Precisamos fazer o mesmo.
g) Uma consciência dura
Se uma pessoa voluntariamente ignora sua consciência, ela se tornará dura e vai parar de falar, isto é o que Paulo quis dizer por uma consciência “cauterizada” (I Timóteo 4:2). Esse é um lugar perigoso, pois nos sentimos livres para fazer o que queremos. E, se permanecermos neste estado, estaremos eternamente perdidos. É como ser incapaz de sentir a dor. A dor nos avisa de algum dano iminente: sem este aviso sofreríamos danos terríveis. Sua consciência é uma das ferramentas mais eficazes que Deus lhe deu para ajudá-lo a viver numa relação correta com Ele.
h) Perguntas e pontos de discussão
1. É importante saber que você é perdoado e que sua consciência está limpa?
2. Por que desobedecer nossa consciência traz tensão a nossas vidas?
3. Por que muitas pessoas “parecem” fazer o que querem e não se sentem culpadas?
4. Esteja certo de que sua consciência é limpa. Se nada perturba você, não seja introspectivo, procurando o que não existe. Se você não tem um testemunho claro de que tudo está certo, ore a oração de Davi no Salmo 139:23-24 e, de acordo com a resposta de Deus, tome os quatro passos ensinados.
i) Resumo e aplicação
1. Nossa consciência é o alarme de Deus e necessitamos permitir que Deus a programe corretamente para que ela nos aponte para o caminho certo.
2. Nossa consciência estabelece limites que podem atuar como proteção para andarmos no caminho de Deus.
3. Ignorar nossa consciência é tão perigoso quanto ignorar a dor. Normalmente isso levará a tremendos danos.
4. Nossa certeza do perdão de Deus limpa nossa consciência e a liberta da culpa.
Adoção de Filhos
a) Textos-chaves
Romanos 8:15-18-23-25; Gálatas 4:5-7; Efésios 1:4-5
b) Introdução
No coração do discipulado está a idéia de pertencimento. Pertencer fala de uma vida de compromisso, em que a vida do discípulo torna-se intimamente envolvida com aquele que segue. Há a idéia de escolha de ambas as partes. O Mestre escolhe seu discípulo (João 15:16) e ele decide se quer segui-lo ou não. Jesus nos tem escolhido e sua escolha exige uma resposta. Podemos tanto aceitar sua escolha e segui-lo, como rejeitá-lo. Quando aceitamos Jesus Cristo como Nosso Senhor e Único Salvador, nascemos de novo (João 3:5-6). O quadro do novo nascimento é uma analogia muito poderosa, porque é exatamente o que acontece em sentido espiritual, quando aceitamos a Cristo. É um novo começo: Todos os fatores negativos que nos prendiam são derrotados pelo poder do Espírito Santo, nossos pecados são perdoados e somos introduzidos num novo relacionamento com Deus (II Coríntios 5:17).
c) Justificação
“Justificados, pois pela fé, temos paz com Deus” (Romanos 5:1).
Este é um princípio fundamental da salvação. Tem um significado legal, de sermos colocados perante a Deus, como um juiz numa corte. E, embora sejamos culpados por causa do nosso pecado, somos declarados sem culpa pela fé em Cristo Jesus. Justificação é se tornar “justo como se nunca tivesse pecado”, pois Jesus sofreu nossa punição em nosso lugar (Romanos 8:1-2).
d) O que é adoção?
A adoção é uma idéia de família apresentada nos termos de amor, em que Deus é o Pai. Nosso pecado nos separou de nosso verdadeiro Pai celestial, mas Deus, em sua misericórdia e graça, nos recebe em sua família, um lugar que não merecemos e não é nosso de acordo com nossa natureza humana (I João 3:1). Esse é o coração do discipulado, porque nos lembra de que não seguimos por obrigação, mas por amor. O sentimento de pertencer à família de Deus e o grande privilégio que temos em estar unidos com Cristo Jesus são a força motriz na nossa vida de santidade. Não é a lei, e sim o amor que nos dirige para frente em nossa vida por Cristo. Há uma lei na experiência cristã, que não é da letra que mata; mas é a lei do Espírito, que traz vida e poder.
e) O plano de adoção
A idéia de adoção revela o coração de nosso Pai celestial. Ele planejou há muito tempo nos adotar em Cristo (Efésios 1:4-5). Nenhum de nós nascemos na família de Deus por uma casualidade! Deus tinha isso no seu coração antes que o mundo começasse (Salmo 139:13-16; Efésios 2:10). Se pudéssemos nos agarrar plenamente a essa certeza, estriamos livres de tantas ataduras, seríamos capacitados a nos firmar na liberdade que pertence àqueles que conhecem o poder dos direitos de seu nascimento! Nossa linhagem não vem de uma descendência humana qualquer! Nossa linhagem vem dos propósitos de Deus em Cristo Jesus, antes da fundação do mundo! Fomos escolhidos n’Ele. E é nessa verdade que temos todo poder para nossa nova vida n’Ele!
f) O propósito de nossa adoção
O propósito que o Pai tem em nos adotar como seus filhos é “para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele” (Efésios 1:4). Pela adoção, não apenas compartilharmos da família, como também do caráter do Pai. Esses são o real propósito e vocação do discipulado: devemos nos tornar semelhantes a Ele nas ações e atitudes e nossa vida deve refletir a realidade de que somos filhos do Pai celestial. Em Jesus, Deus revelou o anteprojeto para cada filho que O siga por fé. Seu desejo é que sejamos com Jesus em todo nosso viver e no compromisso para com o Pai (Romanos 8:29). Pedro nos lembra de que o chamamento de Deus para nossa vida individual não é somente sermos semelhantes a Jesus, mas Seu propósito em nos escolher é para que sejamos um corpo de pessoas que refletem a mesma natureza, juntos (I Pedro 2:9).
g) O poder de nossa adoção
Uma criança adotada recebe um novo nome. Ela recebe o nome de seus pais e também recebe os privilégios e o potencial de sua nova família. O mesmo acontece conosco em Cristo (I Pedro 2:10). O capítulo de abertura do evangelho de João enfatiza que não somos filhos da família de Deus por algum direito ou poder que tenhamos no nível humano. Nascemos naturalmente fora da família e da vida de Deus. “Mas todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber: aos que crêem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1:12-13). A palavra grega traduzida por direito é a palavra exousia, que significa “autoridade” ou “poder”. É uma palavra de autoridade inalienável. Esse direito foi-nos conquistado pela morte do nosso Senhor Jesus e dado a cada um de nós pela fé. Assim temos todos os direitos e herança, por pertencermos á família de Deus (Gálatas 4:6). Realmente, o Espírito Santo é realidade de que pertencemos a Deus. Essa convicção é o fundamento para nosso dia-a-dia como crentes. Tal força e poder vêm do conhecimento do que somos e a quem pertencemos.
h) A promessa de nossa adoção
Como filhos do Reino temos sido adotados na promessa tremenda de que a salvação não é apenas para agora, e sim para sempre! (Romanos 8:17). Nossa filiação é eterna. A motivação de nosso serviço é o que Paulo disse: a coroa da justiça que nos será dada no final de nossa carreira. Isso nos motiva a sermos santos (I João 3:2-3). Em Cristo, não apenas temos nova vida, mas também uma nova esperança. Não apenas temos o direito de nos tornarmos filhos de Deus, como também de recebermos a herança como seus filhos.
i) O princípio de nossa adoção
A essência de nossa vida como discípulos é que somos chamados para viver diariamente o simples princípio de confiança e franqueza que há entre o pai e seu filho verdadeiro. O segredo do poder em Jesus estava no relacionamento entre Ele e seu Pai. No Sermão do Monte, Jesus apresenta aos seus seguidores alguns princípios do Reino de Deus. Ele os ensina a confiar em no Pai e viver para Sua glória e honra.
- Glorificar o Pai (Mateus 5:16)
- Imitar o Pai (Mateus 5:44-45-48)
- Falar com o Pai (Mateus 6:7-9)
- Confiar no Pai (Mateus 6:25-26)
- Agradar ao Pai (Mateus 6:17-18)
j) O exercício de nossa adoção
Deus quer que vivamos o melhor de nossa adoção. Conhecer uma verdade e não vivê-la não fará com que ela seja real para nós. Através do Espírito Santo, temos recebido tudo de que necessitamos para termos os efeitos desta verdade em nossa experiência diária (II Pedro 1:3). A última verdade sobre nossa adoção é que Deus nos trata como filhos, não como parentes distantes. Isso quer dizer que, de tempos em tempos, haveremos de conhecer a mão de disciplina do Pai em nossas vidas, quando Ele nos corrige e nos lembra das responsabilidades de filhos (Hebreus 12:7-11).
k) Conclusão
Somos agora a família de Deus pela fé. Compartilhamos da verdade de Cristo e da herança dos santos. Recebemos uma motivação profunda para um viver santo e para experimentarmos o poder transformador do Espírito Santo. Por sabermos a quem pertencemos, podemos entender a disciplina do Pai em nós e, sobretudo, vivermos uma profunda e calorosa experiência do amor do Pai em nossos corações (Efésios 1:3).
l) Perguntas e pontos de discussão
1. Por que Deus, o pai, nos escolheu?
2. Qual deve ser nossa reação em resposta a Deus por nos escolher para sermos seus filhos?
3. Se nossa adoção não é algo casual, por que você crê que Deus o colocou onde está e o que você pode fazer por Ele?
4. Discuta as semelhanças e diferenças entre a adoção natural numa família e a adoção espiritual na família de Deus.
5. Deus sabe de tudo o que estamos passando em nossas vidas, aonde vamos e que o nosso propósito está em Cristo? Qual deve ser nossa resposta? Podemos confiar em Deus quanto a isso?
6. Como podemos ter certeza de que somos filhos de Deus e que pertencemos a sua família?
7. Qual deve ser o alvo principal de nosso discipulado como filhos de Deus?
8. O que devemos fazer de prático para colocarmos a verdade sobre nossa adoção em exercício no nosso dia-a-dia?
m) Resumo e aplicação
1. Adoção é receber o lugar e a condição de um filho, ainda que não tenhamos pertencido naturalmente à família.
2. Precisamos escolher viver melhor por sermos filhos de Deus, escolher seguir a Jesus, o Filho Unigênito, e fazer como Ele fez. Ele é nosso irmão mais velho, que nos tem dado um exemplo perfeito para viver como um filho de Deus.
3. Temos um privilégio muito grande em sermos tão amados por Deus escolhidos para sermos seus filhos para sempre! Essa deve ser nossa motivação para amarmos e servirmos a nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.
4. Deus nos conhecia antes da criação do mundo. Ele sabia que éramos escolhidos e qual seria nosso propósito.
5. Deus não só nos deixa viver nossa vida, como também Ele vem e nos ajuda, através do Espírito Santo, a vivermos o melhor da herança disponível a nós como seus filhos.
Paternidade de Deus
(Parte 1)
a) Texto-chaves
João 14:6-11; Lucas 15:11-32; Efésios 1:17-23; Tiago 1:17-18.
b) Introdução
Podemos chamar Deus de nosso Pai, pois fomos adotados em sua família como seus filhos. Esse é um conceito muito importante do Novo Testamento. Enquanto o poder eterno e a divindade de Deus se manifestam no Velho Testamento. Isso é claramente demonstrado quando observamos que Deus é mencionado como Pai somente quinze vezes no Velho Testamento, e duzentos e cinqüenta quatro vezes no Novo testamento. A palavra Pai, no grego, é pater, que vem da raiz de uma palavra que significa “nutridor”, “protetor” e “defensor”. Precisamos conhecer a Deus como nosso Pai, para que tenhamos uma visão equilibrada d’Ele.
c) Deus, o Pai: Parte da Trindade
Deus, o Pai, Deus, o Filho e Deus, o Espírito Santo, são as três partes ou pessoas de Deus. Eles estão em unidade, porque são um e atuam como um. Duas ilustrações que nos ajudam a entender o conceito de um Deus em três partes são:
1. Uma pessoa: O Pai é o corpo, Jesus é a mão direita e o Espírito Santo é a mão esquerda. As mãos realizam o ministério do Pai aqui na terra, mas nenhuma parte se julga maior que a outra.
2. Uma maçã: a cor de Deus, o Pai; a polpa, Deus, o Filho; e a casca, Deus, o Espírito Santo. Uma maçã, com três partes nela. Se concentrarmos em um único aspecto da Trindade, não somente falharemos em entendermos os outros dois, como também não entenderemos o único em que nos concentramos.
d) Maneiras para entender a Paternidade de Deus
1. Deus se revela de muitas maneiras: pelos profetas (Hebreus 1:1), através da criação e através de sua palavra, a Bíblia.
2. Jesus revelou a Paternidade de Deus enquanto estava na terra, especialmente seu amor, unidade e autoridade (João 14:6-11).
3. O pai humano mostra apenas uma representação imperfeita daquilo que Deus, o Pai, é. Deus é o autor de toda paternidade (Efésios 3:14-15). Nosso pai humano pode refletir somente um pouco de Deus, o Pai.
4. O Espírito Santo é um dom de Deus, o Pai, e Ele nos revelará Deus, o Pai (João 14:26).
e) Deus é nosso Pai perfeito
- Aconselha (Salmo 73:24)
- Protege (Salmo 91; João 10:27-29)
- Dá descanso (Mateus 11:28-29)
- É paciente (Mateus 18:26-27)
- Ama (João 3:16)
- Cuida e poda (João 15:1-2)
- É justo (João 17:25)
- É misericordioso (Romanos 9:15)
- Molda e forma (Romanos 9:20-21)
- É eterno (Romanos 16:26)
- É compassivo (ll Coríntios 1:3)
- Abençoa com bênçãos espirituais (Efésios 1:3)
- Conforta (ll coríntios 1:3-4)
- É gracioso e nos dá paz (ll Timóteo 1:2)
- É fiel (ll Timóteo 2:3)
- Corrige e disciplina (Hebreus 12:5-11)
- É imparcial sem favoritismo (l Pedro 1:17)
- Sustenta (l Pedro 5:7; Mateus 6:33)
- Perdoa (l João 1:9)
- É amor (l João 4:8)
- É Santo (Apocalipse 16:5)
- É verdadeiro e justo em juízo (Apocalipse 16:7)
f) Alguns nomes de Deus no Velho Testamento
O povo judeu considerava o nome e a natureza como sinônimos. Deus usa esse entendimento humano do significado dos nomes e o aplica a si mesmo para revelar sua natureza ao povo. Entender os nomes de Deus é entender a revelação de si mesmo.
1. El Elyon: o Deus altíssimo, o soberano e dono dos céus e da terra, aquele que está encarregado de algo (ll Samuel 22:14).
2. El Sbaddai: o Onipotente, Todo Poderoso, constantemente nutrindo seus filhos e suprindo suas necessidades (Gênesis 17:1).
3. Yabved: Senhor ou Jeovah, aquele que sempre é, o constante “EU SOU”, o que existe (Êxodo 3:15; Salmo 83:18; Isaías 26:4).
4. Elobim: Deus. Esse nome mostra a pluralidade em um só Deus. Deus disse em Gênesis 1:26, “Façamos o homem à nossa imagem”. Isto demonstra dois ou mais em um (Êxodo 35:31).
5. Jeovah Sbammab: o senhor está ali, Ele está constantemente conosco (Ezequiel 48:35).
6. Jeovah Ebalom: o Senhor é nossa paz e totalidade (Juízes 6:24).
7. Jeovah Jireb: o Senhor nos proverá (Gênesis 22:14).
8: Jeovah Nissi: o Senhor é nossa bandeira e vitória (Êxodo 17:15).
9. Jeovah Tsidkem: o Senhor que nos veste com sua justiça, o Senhor nossa justiça (Jeremias 23:6; 33:16).
10. Jeovah Ropbe (rapba): o Senhor que cura (Êxodo 15:26).
11. Jeovah Ro-bi (ra ab): o Senhor nosso pastor amoroso, que nos guia (Salmo 23:1).
12: Jeovah Mekadisb-Kem: o Senhor que nos santifica (Êxodo 31:13).
13. Jeovah Yasba-Gaal: o Senhor nosso Salvador e Redentor (Isaías 49:26; 60:16).
14. Adonai: meu Senhor (Gênesis 15:2; Deuteronômio 9:26; Salmo 51:15).
15. Tsur: a Rocha (Isaías 44:8).
Paternidade de Deus
(Parte 2)
a) A Paternidade de Deus é fundamental ao discipulado
Este entendimento nos capacita a compreender:
- A oração e por que Deus responde (Mateus 7:11).
- O significado de receber o Espírito Santo (Lucas 11:13).
- Nossa adoção como filhos (Romanos 8:15; I João 3:1).
- O plano da redenção (Gálatas 4:4-7)
- Nosso acesso a Deus (Efésios 2:18).
O coração de Deus é afetado pela resposta do homem a seu amor paternal. Ele sente desejo (Ezequiel 22:30-31), tristeza (Jeremias 8:18; Isaías 53:3), dor (Gênesis 6:6). Ira (Apocalipse 16:1), pranto (Jeremias 8:4), compaixão (Mateus 9:36), alegria (Lucas 15:22-24), regozijo (Sofonias 3:17).
b) Os propósitos do Pai para a humanidade incluem:
- Ele está sempre disposto a responder às orações (Isaías 62:24; Mateus 7:11).
- Ele anela a que os homens sejam seus filhos (Jeremias 3:19).
- Ele se deleita em mostrar misericórdia (Miquéias 7:18).
- Ele quer que tenhamos vida e vida em abundância (João 10:10).
- Ele quer nos libertar do medo (João 14:1; Salmo 118:5-9).
- Ele deseja dar ao homem um lar eterno (João 14:2-6).
- Ele quer que toda humanidade seja salva (I Timóteo 2:3-4).
- Ele quer cuidar de nossas necessidades (I Pedro 5:7).
c) Comunhão com Deus, o Pai
O grande plano de Deus através dos séculos é trazer o homem de volta a uma plena comunhão com Ele. Toda a História é uma exposição desse plano de redenção. Esse plano do pecado de Adão. O pecado quebrou o relacionamento de Deus com o homem e, desde então, o plano de Deus de redenção vem sendo estabelecido. Deus ama o mundo e deseja salvá-lo (João 3:16; I Pedro 3:20). Jesus disse: “A ninguém sobre a terra chamareis vosso Pai, porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus” (Mateus 23:9). A razão disto é que, como resultado da queda, os pais não têm nem as características, nem a habilidade para serem os pais que Deus propôs que fossem. Portanto, de fato, o que Jesus estava dizendo que temos somente um Pai que está no céu, que tem o caráter e a habilidade para ser um verdadeiro Pai. O caráter de nosso Pai celestial é perfeito, sem variações ou sombra de mudança (Tiago 1:17). Sua capacidade é sem limites. O caráter de nosso Pai celestial é inteiramente confiável e podemos depender inteiramente de sua capacidade. Entender isso não deixa espaço para falta de confiança em Deus no tocante às suas promessas.
d) As bênçãos e benefícios da relação Pai e Filho
1. O privilégio da filiação: (João 1:11-13; II Coríntios 6:17; 7:1). O Espírito Santo terá muito ciúme de nós, para evitar que nenhum rival rompa nosso relacionamento e amizade com o Pai e seu Filho, Jesus (Tiago 4:5).
2. O testemunho da filiação: (Romanos 8:15,16; Gálatas 4:6). O Espírito de Deus testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus e que Deus é nosso Pai.
3. A herança da filiação: (Romanos 8:17). Podemos participar agora, em parte, de nossa herança como filhos de Deus, e isto aponta para o fato de que Deus é verdadeiramente nosso Pai. Por exemplo: a promessa do Espírito Santo dada àqueles que são salvos (Efésios 1:13-14).
4. A disciplina da filiação: (Hebreus 12:7-11).
5. O Pai de amor na filiação: (João 16:27).
6. A provisão do Pai na filiação: (Mateus 6:8,26,30; João 14:12).
7. A proteção do Pai na filiação: (João 10:28,29- 13:11).
8. A liberdade do Pai na filiação: (Lucas 12:32; Mateus 7:11).
k) Conclusão
Muitos crentes hoje vivem debaixo de uma ameaça religiosa do juízo terrível de Deus. A eles tem sido ensinado que Deus, de alguma maneira, está contra eles e os está vigiando para castigar e restringi-los a toda hora. Deus odeia o pecado, mas não o pecador. Se Deus ama o pecador e tem se colocado ao seu alcance, o que dizer a nosso respeito, os crentes, que caminhamos na palavra de Deus e procuramos viver em obediência a ele (Apocalipse 1:5,6)? Jesus nos amou como pecadores, mas nos limpou, nos fez reis e sacerdotes e nos apresentou a Deus, seu Pai. Naquele momento, Deus se fez nosso Pai. Nosso Pai só se lembra de nós como reis e sacerdotes. Jesus sempre intercede por nós. Seu ministério como advogado está sempre à nossa disposição, para nos manter em comunhão como nosso Pai de amor (I João 1:9; 2:1). “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hebreus 4:16). Temos um convite perpétuo para entrar confiadamente ao trono de nosso Pai. Baseados em seu amor e graça, podemos fazê-lo confiadamente, como um rei, e não como um mendigo. Observe que somos convidados para vir e obter misericórdia, não só a esperança de obtê-la. I João 4:18 diz: “O perfeito amor lança fora o temor”. Necessitamos colocar nossos temores, preocupações e ansiedades na mão de nosso poderoso Pai. Ele nos ama como filhos e herdeiros e não nos decepcionará. Deus quer só o melhor para nossas vidas que cresçamos em maturidade nele. Necessitamos de confiar em nosso Pai celestial e dar-lhe nosso tudo.
l) Perguntas e pontos de discussão
1. A história do filho pródigo (Lucas 15:11) mostra muito o caráter de Deus, o Pai.
2. Que relação existe entre o conceito de nosso pai natural e o do Pai celestial?
3. Comente como Deus, o Pai, tem-se revelado de forma prática em sua vida.
4. A maneira como vivemos, nossa vida mostra uma falta de conhecimento de Deus, o Pai, e como resultado revela uma falta de confiança nele?
5. Ainda que tenhamos um convite perpétuo para entrarmos confiadamente no trono de nosso Pai, o que estamos fazendo?
m) Resumo e aplicação
1. Como discípulos de Deus, necessitamos conhecer as três partes da Trindade – Deus o Pai, Deus o filho, Deus o Espírito Santo – para termos um ponto de vista equilibrado de Deus.
2. Nosso Pai celestial é o exemplo perfeito de paternidade (Mateus 5:48).
3. Necessitamos conhecer a Deus como Pai, para podermos edificar nossa vida como discípulos de Deus em fundamentos corretos e conhecer os propósitos dele para nós, seus filhos.
4. Para desfrutarmos de nossa relação com Deus, o Pai, necessitamos aprender a nos relacionar e a responder aos seus princípios, leis, palavras e autoridade.
5. Diante de quem é nosso Pai celestial e o que propôs para que sejamos, devemos responder a ele com nosso amor (João 14:21), adoração (João 4:23,24) e obediência (João 14:15; I Pedro 1:2,17; Romanos 6:16-18).
Pessoa e Obra do Espírito Santo
(Parte 1)
a) Textos-chaves
João 14:12,15-17; 16:5-15; Atos 1:4-8; I Coríntios 2:9-16.
b) Introdução
O Espírito Santo não é uma influência vaga ou uma idéia mística; é uma pessoa. Isso significa que ele pode comunicar e tornar-se real a nós. Não podemos necessariamente vê-lo, mas é real e pode marcar muito nossa vida e nosso ser interior. É membro da Tríplice Divindade. Como Deus o Pai, e Deus o filho, o Espírito Santo é eterno (Hebreus 9:14), onipresente – presente em todo lugar (Salmo 139:7), onisciente – tudo conhece (I Coríntios 2:10), e onipotente – todo poderoso (Lucas 1:35). Ele mostra seus atributos pessoais: intelecto (Romanos 8:27), vontade (I Coríntios 12:11), e sentimento (Efésios 4:30). Ele está bem dentro das situações de nossa vida, comunicando-se conosco, abrindo-se a nós e aguardando que nos abramos para ele também. É uma pessoa e nos fala pessoalmente. Cada crente precisa conhecer a realidade e o poder do Espírito Santo, que traz vida diretamente ao mais íntimo de seu ser e traz força a sua vida (João 7:38-39). Sem o Espírito Santo nunca poderíamos viver no poder de Deus, ou conhecer a força de Deus em nosso dia-a-dia. Para pleno prazer e satisfação em nossa existência humana, necessitamos deste grande dom, o Espírito Santo de Deus, nosso Pai.
c) A Bíblia descreve o Espírito Santo de diferentes maneiras:
1. Através de diferentes nomes. Por exemplo:
- O Bom Espírito (Neemias 9:20).
- O Espírito de Deus (Mateus 3:16).
- O Consolador (João 14:16,26).
- O Espírito da Verdade (João 16:13).
- O Espírito de Cristo (Romanos 8:9).
- O Espírito de Adoção (romanos 8:15).
- O Espírito da Graça (Hebreus 10:29)
2. Através de símbolos:
- Pomba (Mateus 3:16).
- Voz (I Reis 19:12).
- Selo (Efésios 1:13).
- Água e Água Viva (Isaías 44:3; João 7:17-19).
- Vento (Atos 2:2).
- Óleo (I Samuel 16:13).
- Fogo (Atos 2:3).
d) A obra do Espírito Santo no discípulo de Jesus:
- Capacita a expulsar demônios (Mateus 12:28).
- Capacita a falar com Deus e quer que falemos (Marcos 13:11).
- Faz nascer de novo (João 3:5-8).
- É nosso consolador para sempre (João 14:16).
- Mora em nós (João 14:17).
- Ensina (João 14:26; 16:13-14).
- Convence (João 16:8-11).
- Dá poder para sermos testemunhas de Deus (Atos 1:8).
- Possibilita que o amor de Deus seja derramado em nossos corações (Romanos 5:5).
- Testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus (romanos 8:16).
- Ajuda em nossas fraquezas (Romanos 8:26)).
- Possibilita justiça e paz em nós (Romanos 14:17).
- Habilita a abundarmos em esperança (Romanos 15:13).
- Santifica (Romanos 15:16).
- Dá dons segundo a sua vontade (I Coríntios 12:4-11).
- Possibilita o fruto do Espírito em nós (Gálatas 5:22-23).
- Traz alegria aos nossos corações (I Tessalonicenses 1:6).
e) 4 razões para o poder do Espírito Santo:
1. Poder para tornar
Sem o poder de Deus em nós, jamais nos tornaremos filhos de Deus. A humanidade está perdida e não reconhece seu verdadeiro Pai. O trabalho do Espírito Santo é despertar nossa necessidade espiritual e nos apontar para Jesus, que é o caminho pelo qual a humanidade pode ser trazida de volta para Deus (João 1:12-13). Com o poder do Espírito santo operando em nós, podemos alcançar aquilo que jamais alcançaríamos por nossa própria força. Podemos nos tornar filhos de Deus, agir e viver como membros de sua família.
2. Poder para ser
Temos em nós poder, pelo Espírito Santo, para nosso viver diário. Deus quer que conheçamos seu poder, para que vivamos continuamente uma vida de fé e sejamos exemplos aos outros de uma nova vida em Jesus diariamente. Sabemos que nossa carne é fraca, más não estamos sós, pois Deus nos abriu um canal de poder divino. Deus mesmo habilita em nossos corações (Efésios 3:16-17).
3. Poder para testemunhar
“Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1:8). A palavra para poder aqui é dinamus, de onde vem a palavra “dinamite”. Deus quer que sejamos cheios do mesmo poder para que possamos testemunhar da vida de Jesus. Não apenas falamos de Jesus, como também nos tornamos como Jesus aos outros homens e mulheres. Isto é, quando falamos, tocamos ou oramos pelos homens e mulheres no poder do Espírito Santo, é como se fosse o próprio Jesus que estivesse com eles (João 14:12).
4. Poder para vencer
Cada crente vive uma zona de guerra. Antes de nos tornarmos crentes, estávamos ao lado de satanás. Mas quando escolhemos seguir a Jesus, fomos colocados ao lado do vencedor, no lado de Deus (Efésios 2:1-5). A guerra que experimentamos contra satanás é muito mais dura depois que cremos, pois ele tenta nos impedir de seguir a Jesus. Deus pôs deu poder à nossa disposição para derrotarmos o diabo (I João 4:4).
Pessoa e Obra do Espírito Santo
(Parte 2)
f) Dons e fruto
Deus não só quer fazer grandes coisas através de nós; Ele quer nos dar grandes coisas também.
1. Os dons do Espírito
Estes são doações sobrenaturais de Deus. Nossos talentos naturais devem ser rendidos a Deus, antes de os usarmos plenamente para sua glória. O Espírito Santo é quem nos equipa para fazermos a vontade de Deus, adorá-lo e servi-lo (I Coríntios 12:7). As listas dos dons em I Coríntios 12:7-11 e Romanos 12:6-8 nos ajudam a entender a variedade dos dons disponíveis a nós. O Pai tem se assegurado que nada falta aos seus filhos para cumprirem sua vontade e propósito e serem testemunhas do poder de Jesus na terra.
2. O fruto do Espírito
Este é tão importante quanto aos dons. O fruto do Espírito é a evidência da obra do Espírito Santo em nos mudar na semelhança e natureza de Jesus. O testemunho de nossas vidas é muito importante. A lista do fruto do Espírito está em Gálatas 5:22-23, e todos juntos formam o caráter de Jesus. O Espírito Santo planta as sementes de seu fruto em nossas vidas. É nosso dever corresponder e nos abrir mais e mais para sua santa influência, para que nos tornemos mais e mais como Jesus em nossas ações e atitudes.
g) Quais os efeitos de ser cheio do Espírito Santo?
1. Em relação a Jesus
Você saberá hoje, como nunca antes, que Jesus está vivo como Senhor e que ele tem poder e autoridade (Atos 2:32-36).
2. Em relação a Deus
Você experimentará o profundo amor de Deus (Romanos 5:5) e entrará numa nova certeza de sua Paternidade (Romanos 8:15; Gálatas 4:6). Você estará livre para amá-lo e louvá-lo com alegria e confiança (Efésios 5:18-20).
3. Em relação a palavra de Deus
Você ganhará um novo apetite pela Bíblia, como também uma maior habilidade para usá-la e ouvir Deus falar a você por intermédio dela (João 16:13-15; Efésios 6:17).
4. Em relação ao Espírito
Você se tornará mais sensível à sua presença e direção (Efésios 4:30; Romanos 8:14). Você se tornará aberto para receber os muitos e variados dons do Espírito.
5. Em relação aos outros
Você estará mais aberto às outras pessoas, amará mais, e terá mais desejo de ser uma parte ativa da igreja que é o Corpo de Cristo (I Coríntios 12:12-13).
6. Em relação ao mundo
Você será mais ousado em testemunhar de Jesus (Atos 1:8; 4:31).
7. Em relação à guerra espiritual
Você estará mais atento à sua autoridade em Cristo Jesus sobre o inimigo. Você poderá se levantar e ver o Reino de Deus crescendo (Efésios 6:10-18; 1:17-23).
h) O que são línguas?
Você pode esperar receber esse dom quando o Pai o encher ou batizar com o Espírito Santo. O dom de línguas é uma ajuda para seguir a Jesus.
- É um dos dons prometidos por Jesus (Marcos 16:17; I coríntios 12:10).
- É a habilidade para comunicar com Deus, espírito a espírito, que traz edificação a quem o possui, isto é, edifica e fortalece seu próprio espírito (I Coríntios 14:2,4,14).
- É o dom de uma língua que não é propriamente sua, que você nunca aprendeu (Atos 2:4,7,8).
- É uma ajuda para orar em conformidade com a vontade de Deus (Romanos 8:26-27).
i) Perguntas e pontos de discussão
1. De que maneira o Espírito Santo nos ajuda a vivermos nossas vidas em um nível prático como Deus deseja?
2. De que forma o Espírito tem lhe ajudado?
3. Sua vida é um exemplo aos demais do que significa viver dia-a-dia como um discípulo ou seguidor verdadeiro de Jesus? E, se não é, como poderia melhorá-la?
4. Em que áreas de sua vida você necessita submeter-se ao Espírito Santo para ser um discípulo de Jesus mais eficaz?
5. Todos os crentes necessitam falar em línguas, ou é uma opção?
j) Resumo e aplicação
1. O Espírito Santo é uma das pessoas da Divindade triúna, que quer ser nosso consolador e que quer nos guiar a Jesus e a Deus, o Pai.
2. O Espírito Santo é a fonte de poder disponível a um crente, para capacitá-lo a fazer a vontade de Deus e ser o que Deus quer que seja.
3. Pelo Espírito Santo, podemos ter o poder e o caráter de Jesus.
Todos os Crentes Devem ser Cheios do Espírito Santo
a) Textos-chaves
Atos 2:38-39; João 7:37-39; Lucas 11:9-13; efésios 5:18
b) Introdução
Se o Senhor Jesus necessitou ser cheio (Lucas 4:1,14), os apóstolos necessitam ser cheios (Atos 2:2-4) e Paulo necessitou ser cheio (Atos 9:17), nós também necessitamos ser cheios do Espírito Santo. Ser cheio significa não apenas ser um crente e receber o Espírito Santo como o penhor da salvação (Efésios 1:13-14). Jesus foi concebido pelo Espírito (Mateus 1:18) e tinha o Espírito nele durante toda sua vida. Mesmo assim, precisou ser cheio ou batizado no Espírito Santo para cumprir tudo aquilo que seu Pai o veio para fazer. E isso aconteceu quando ele foi batizado na água do rio Jordão (Lucas 3:21-22). Os discípulos receberam o espírito quando Jesus soprou sobre eles (João 20:22). Todavia, receberam ordem para aguardarem até que fossem batizados com o Espírito Santo antes de começarem os seus ministérios (Atos 1:4-5; 2:2-4). A Bíblia usa diferentes maneiras para descrever este enchimento: sendo cheio (Atos 2:4), sendo batizado (Atos 1:5), o Espírito santo descendo sobre (Atos 1:8), recebendo o Espírito (Atos 8:17), derramando o Espírito Santo (Atos 10:45). Não é o rótulo que importa, mas o que acontece: somos capacitados para fazermos a vontade de Deus e sermos verdadeiros discípulos do nosso Senhor Jesus Cristo.
C) A analogia do copo de água
Nossas vidas são como copos de água; são feitos para serem cheios e usados. Fomos criados para “conter” Deus. Devemos ser canais do seu Espírito Santo aqui na terra, não como dreno, mas como um reservatório que contém o bastante para satisfazer cada necessidade onde a vida e o poder de Deus são requeridos.
1. Um copo sujo e manchado
Nunca se daria um copo assim a alguém que necessitasse beber. O copo precisa ser completamente lavado e enxaguado antes de ser usado. Muitas pessoas não conhecem o poder de Deus em suas vidas, porque são como copos sujos. Precisam ser limpos antes de serem cheios, como o Espírito é limpo. Deus tem feito o possível, através de Jesus, para que nossas vidas sejam limpas de toda sujeira. Alguns de nós parecem limpos por fora, mas todos nós precisamos ser purificados no mais profundo de nossos corações (II Samuel 16:7).
2. Um copo rachado
Alguém jamais sonharia em dar água num copo rachado. Provavelmente jogaria o copo fora. Mas Deus não joga fora o copo rachado; Ele conserta a rachadura. Muitas pessoas se sentem incapazes de se abrirem para alguma coisa ou para alguém, porque estão conscientes de suas rachaduras. A vida e as circunstâncias muitas vezes lhes têm dado golpes severos, a ponto de parecerem incapazes de se recuperarem. Deus, em seu poder, pode tocá-las e restaurá-las novamente (Mateus 9:12). No ministério de Jesus aqui na terra, muitas vidas que estavam rachadas foram curadas. As pessoas que estavam sofrendo de enfermidades, dores solidão e amargura, Jesus trouxe o poder de Deus e as curou. E, quando curadas, foram enviadas no poder de Deus com uma nova força, e assim não mais padeceram por seus problemas ou enfermidades. Deus quer fazer o mesmo em nós: Ele quer trazer cura e perdão no poder da cruz e ressurreição de Jesus, encher-nos de sua vida e poder através do Espírito Santo, para que possamos dar continuidade ao ministério de Jesus em nossos dias (João 14:12).
3. Um copo emborcado
Claro que não se pode encher um copo que esteja emborcado o tempo todo. Nossa parte é nos abrir para Deus, para que sejamos cheios. Precisamos estar na posição correta, isto é, não emborcado. É necessário que haja um desejo de nosso espírito para receber o Espírito Santo de Deus. O Espírito Santo nunca forçará nada em nossas vidas. Os copos foram feitos para serem cheios. Um copo que nunca conteve líquido nunca cumpriu o propósito para o qual foi criado. Nós também fomos feitos para sermos cheios. As pessoas que nunca conheceram a plenitude do poder de Deus através do Espírito Santo em suas vidas, nunca também cumpriram o propósito para o qual foram criados.
d) Peça e você receberá
O papel do Espírito Santo é fazer-nos abertos para Deus, fazer-nos sedentos por Deus em nossos corações. É a sede que Deus satisfaz quando clamamos (João 7:37-39). Paulo exorta seus leitores para serem “cheios do Espírito” (Efésios 5:18). O sentido prático dessa declaração no original grego é que devemos “seguir, sendo cheios do Espírito”. O enchimento é a fonte de poder e força para o discipulado e testemunho diário. Uma única experiência não é o bastante. Invariavelmente, o Espírito faz-nos estar atentos quanto a nossa necessidade de seu poder antes de pedirmos. Se você sabe que precisa dele em sua vida, porque não pedir ao Pai que o encha do Espírito Santo? Não tenha medo do que Deus possa fazer. “Deus não nos tem dado Espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (II Timóteo 1:7). Abra-se para Deus. Deixe o vento do Espírito soprar em você. Deus não nos dá algo que seja mal ou ruim quando o buscamos (Lucas 11:9-13). Focalize sua atenção em Jesus e no Pai Celestial, então estará pronto para receber tudo o que lhe será dado. Deixe o Espírito santificar sua vida por completo: espírito, alma e corpo (Tessalonicenses 5:23). Deixe-o encher sua vida do poder de Deus. Receba os dons que ele traz e aprenda a louvar, adorar e testemunhar no poder de Deus. Peça a alguém experiente e conhecedor das coisas do Espírito para que ore por você. Isso realmente será de grande ajuda. Se ele impuser a mão sobre você, não tenha medo, pois essa era a maneira como os crentes oravam no início da igreja, para que outros recebessem o Espírito Santo (Atos 8:14-17; 19:6). Ore também por você mesmo. Use uma oração simples como o exemplo seguinte. O Pai Celestial ouvirá e o encherá do Espírito Santo.
e) Uma oração simples
Querido Pai, obrigado pela promessa de que modo àquele que pede receberá, e todo aquele que busca, encontrará. Eu sei que preciso mais do teu poder em minha vida. Sei também que preciso mais do fruto do Espírito Santo. Confesso meu pecado, peço que me perdoes por tudo que tenha feito de errado e me purifiques no sangue de Jesus. Abro minha vida completamente para ti. Por favor, envie o Espírito Santo em minha vida em poder agora mesmo. Em nome de Jesus, Amém.
f) Perguntas e pontos de discussão
1. Alguns dos impedimentos bíblicos para o enchimento do espírito são: desobediência (Atos 5:32), orgulho (I Pedro 5:5), falta de fé (Hebreus 11:6), motivação errada (Atos 8:18-24). Você pode pensar em outro, principalmente em sua vida?
2. Você precisa ser cheio do Espírito Santo pela primeira vez, ou de novo? Não aceite viver sem estar cheio do Espírito. Peça a Deus e receberá.
3. Por que muitos crentes acham que não precisam ser cheios do Espírito Santo?
4. Como podemos satisfazer às necessidades do mundo da maneira como Deus quer (como Jesus fez), sem sermos cheios do Espírito Santo (como foi Jesus)?
5. Deus nos faz de robôs quando somos cheios do Espírito Santo ou ele quer que escolhamos fazer sua vontade em cada situação em que nos coloca?
G) Resumo e aplicação
1. Ser cheio do Espírito Santo continuamente é essencial, se quisermos ser verdadeiros discípulos de Jesus e fazer tudo aquilo que Deus nos pede.
2. A essência da vida cheia do Espírito não é o quanto do Espírito eu tenho, mas o quanto de mim ele tem.
3. As pessoas foram feitas por Deus para serem cheias do Espírito, a fim de que sejam canais da plenitude do seu poder.
4. Precisamos ser vasos prontos, limpos e preparados para sermos cheios do Espírito Santo.
5. Deus, o Pai, Tem prometido que todo aquele que pede receberá o Espírito Santo.